Às 8h22min de terça-feira, dia 5, o nascimento de uma linda menina pesando 2200kg marcou a realização de uma cirurgia inédita no Hospital Regional de Araranguá e também a primeira da UTI Neonatal. O procedimento cirúrgico durou pouco mais de quatro minutos e vai entrar para a história da instituição de saúde. Uma menina recém-nascida com uma deformidade no intestino, uma doença chamada gastrosquise, quando o intestino se forma fora do corpo do bebê durante a gestação, a RN passou pela cirurgia ainda ligada à mãe, de 19 anos, pelo cordão umbilical. A técnica foi um verdadeiro sucesso e salvou a vida do bebê que passa bem.
Segundo a direção do hospital, a cirurgia é inédita na UTI Neonatal do Hospital Regional de Araranguá. Primeiro, os médicos fizeram o parto e retiram o bebê, mas não cortam o cordão umbilical. Em seguida, a mãe recebe um sedativo, que automaticamente também afeta o bebê já que ele permanece ligado à ela pelo cordão. Posteriormente, o intestino do bebê é colocado para dentro do corpo dele e ao finalizar a cirurgia o cordão umbilical é cortado.
“A grande vantagem é que a criança não recebe anestesia geral. Outra vantagem é o pós-operatório, já que se espera que o período de
internação seja reduzido”, afirma o cirurgião pediátrico Christian Prado. A equipe de Cirurgia Pediátrica, juntamente com a equipe de Neonatologistas e obstetras do hospital já acompanhavam a evolução do bebê há mais de um mês e comemoraram o sucesso da cirurgia que garantiu a vida do recém-nascido. Ainda de acordo com o médico, a excelente estrutura do local possibilitou a realização do ato cirúrgico. “Esse foi um esforço conjunto da nossa equipe, da equipe de enfermagem, obstetrícia, neonatologia e anestesia. O hospital estava preparado e possuía as condições para realização do procedimento” elogiou o cirurgião.
Para a direção do Instituto Maria Schmitt-IMAS, a cirurgia coloca o hospital, mais uma vez, como referência estadual na oferta de novos tratamentos. “O Hospital Regional de Araraguá já mostra que dá passos largos em procedimentos e inovações cirúrgicas trazendo benefícios para os pacientes, atenuando e até evitando o sofrimento das pessoas e vamos continuar avançando.
Muitas outras inovações serão implementadas” comenta Ricardo Ghelere, vice-presidente do IMAS
Menos sofrimento, mais agilidade na recuperação
Segundo os médicos, com essa técnica o bebê sofre menos. Se a cirurgia fosse realizada depois de alguma horas do nascimento, a recuperação tenderia a ser mais longa, bem como poderia aumentar a demora para se alimentar, algumas vezes mais de 6 semanas. Com essa técnica, o bebê, que passa bem, deve começar a receber alimentação em 7 dias ou até menos.