Prótese ortopédica em paciente com hemofilia abre portas a procedimentos similares realizados em hospital administrado pelo IMAS
A vida de um jovem de 26 anos portador de hemofilia ganhou mais qualidade graças ao empenho e a união de instituições de saúde e da equipe multidisciplinar envolvida. Foi a primeira cirurgia de prótese ortopédica de joelho em paciente hemofílico realizada no Hospital Florianópolis. Outros 14 procedimentos semelhantes já estão agendados.
O procedimento, realizado no último sábado, 10, contou com a participação de aproximadamente 15 profissionais, entre enfermeiros, bioquímicos e médicos de diferentes especialidades, além das equipes do centro cirúrgico, UTI, enfermaria e fisioterapia. A cirurgia é fruto da parceria inédita entre a FAHECE – Fundação de Apoio ao Hemosc/Cepon, o Hemosc, a Casa dos Hemofílicos, a Secretaria de Estado da Saúde e o Hospital Florianópolis, administrado pelo IMAS – Instituto Maria Schmitt, além do Ministério Público do Trabalho da 12ª Região.
Entre os nomes de destaque estão o cirurgião ortopedista do Hemosc e do HF, Dr. Darci Duarte e o Dr. Luciano Pacheco, que atua há mais de 20 anos em cirurgias ortopédicas a hemofílicos, uma das maiores referências em medicina ortopédica voltados a pacientes com hemofilia na América Latina, e que veio de Curitiba, no Paraná, especialmente para participar desta primeira cirurgia de prótese dedicada a paciente hemofílicos realizada no HF.
SAIBA MAIS – A hemofilia é uma doença congênita – a pessoa nasce com a doença – caracterizada pela deficiência em proteínas do sangue responsáveis pela coagulação – sobretudo, os fatores VIII e IX. Como consequência, o portador de hemofilia tem tendências a sangramentos crônicos, principalmente nas articulações (joelhos, cotovelos e tornozelos), provocando desgastes articulares, chamados de AH – Artropatia Hemofílica, sintomas que aparecem ainda na juventude, e que muitas vezes, obriga muitos desses pacientes a passar por procedimentos cirúrgicos, entre eles, as próteses ortopédicas.
O procedimento de sucesso marca o início de uma importante parceria viabilizada pela FAHECE, que concebeu e articulou o projeto, pelo Hemosc que disponibiliza a equipe multidisciplinar especializada, o Hospital Florianópolis/IMAS, que cede as instalações e também equipe multidisciplinar, e o Ministério Público do Trabalho, que canalizou os recursos necessários. Para que a experiência fosse exitosa e permitisse a continuidade do projeto deste porte, a equipe do Hospital Florianópolis participou de seminários e treinamentos junto aos especialistas das outras instituições.
Segundo Walmiro Charão, diretor geral do Hospital Florianópolis, foi um passo muito importante para o HF “essa iniciativa passou por várias etapas e estou muito feliz por finalmente conseguirmos desempenhá-la, me sensibilizei pela causa, e o nosso hospital que já era referência em ortopedia, agora está ainda mais completo”.
Embora o maior beneficiado seja o paciente, “como profissionais, os membros da equipe ganham muito ao adquirir essa experiência no manejo cirúrgico deste perfil de pacientes”, afirma a médica hematologista responsável pelo programa de Hemofilia no Estado, Dra. Vivian Franco, que se mune de boas expectativas: “Esperamos que essa tenha sido a primeira de muitas outras cirurgias ortopédicas voltadas a hemofílicos no Hospital Florianópolis”, comemora.