Método japonês está sendo usado para dar maior agilidade e segurança aos pacientes nos setores de internação e emergência
Gerir com eficiência os recursos aplicados é um dos compromissos do Instituto Maria Schmitt-IMAS na administração do Hospital Florianópolis. Para isso a instituição tem apostado na inovação e na implantação de processos que possibilitem garantir eficiência no atendimento à população. A mais recente boa notícia é um novo sistema que da maior agilidade ao setor de internação.
A taxa de giro dos internamentos significa quantas vezes o mesmo leito é utilizado por diferentes pessoas. Muitas vezes, o paciente pode ficar muito mais tempo internado do que o necessário, diminuindo assim, o número de atendimentos e aumentando a possibilidade de contrair uma infecção.
Para aumentar esse fluxo e diminuir a estadia dos pacientes no Hospital Florianópolis, foi implantado em agosto de 2019, o sistema Kanban, que funciona sob coordenação do diretor de enfermagem, David Molina, a enfermeira líder da internação, Bárbara, e a enfermeira Camila, do Núcleo Interno de Regulação-NIR, setor que possibilita o monitoramento do paciente desde a sua chegada à instituição, durante o processo de internação e sua movimentação até a alta hospitalar.
O programa Kanban visa auxiliar as equipes médicas e de enfermagem a gerirem o uso dos leitos. Em salas isoladas, que preservam a integridade do paciente, há quadros que contém o nome do internado e as cores correspondentes ao tempo médio de internamento para cada problema.
“Todos os pacientes são identificados com um código de cores, trabalho feito pela enfermagem. Após essa etapa, os enfermeiros da regulação, que acompanham o quadro diariamente, esclarecem as dúvidas e começam a trabalhar em quem possui as cores amarelo e vermelho. Então, entram em contato com o médico para discutir quais ações devem ser tomadas (adiantar exames, responder pedidos de consulta, identificar casos sociais) e, se possível, acelerar o processo”, explica o médico Ricardo Girardi, diretor técnico do Hospital Florianópolis.
Atendimento padronizado
As cores são estabelecidas com base na tabela SUS (Sigtap – Procedimentos SUS), levando em conta o tempo médio dos procedimentos de internação.
Exemplo: a média de permanência da Pneumonia é de quatro dias. Caso o paciente esteja internado nesse período, o acompanhamento é normal e ele recebe a identificação verde. Ultrapassando, do tempo médio ao dobro dele (nesse caso, entre o 5º e o 8º dia), a cor será amarela, indicando que a atenção será maior. Quando a pessoa ficar internada a mais tempo do que o dobro da média de permanência (ou seja, a partir do 9º dia), receberá a cor vermelha e atenção especial.
Aceitação
De acordo com o diretor de enfermagem David, o sistema pode auxiliar os profissionais da saúde e, mais importante, os pacientes. “A superlotação em serviços é um “fenômeno” contemporâneo global, impactando fortemente sobre a gestão clínica e a qualidade assistencial. O sistema Kanban em nossa instituição teve como objetivo principal, à qualificação do gerenciamento de leitos. Sendo realizadas pela enfermagem a cada 12 horas, facilita a gestão e programação de transferências e adequação das necessidades de intensidade de cuidado. Além disso, sinalizará para as equipes da assistência e de gestão quais os pacientes com permanência elevada, hoje estas são sinalizadas em cores Verde, Amarela e Vermelha”, conclui.
Na avaliação do Diretor Geral Walmiro Charão, o objetivo maior é garantir a segurança do paciente e ainda promover a resolução dos casos com agilidade nos atendimentos realizados. “Queremos tornar o HF uma referência em qualidade e segurança, e para isso adotamos a ferramenta KANBAN que hoje já é uma realidade”.